O presidente do Sporting revelou que "vai rever em baixa o orçamento"
para o futebol da próxima época, "entre seis a oito milhões de euros",
caso a equipa "não se apure para a Liga dos Campeões".
"O Sporting
tem compromissos e responsabilidades para assumir e tem de viver em
função das receitas que gera. Se queremos competir na Europa, temos de
ter as contas de acordo com o fair-play financeiro que a UEFA impõe",
referiu Godinho Lopes em entrevista à Agência Lusa, seguro de que,
quando isso acontecer, "criará condições para o surgimento de
investidores".
Nas atuais condições, o presidente leonino
considerou que o Sporting tem "absoluta necessidade de reduzir custos", o
que, em seu entender, acontecerá "graças à fusão entre a Sporting
Património e Marketing (SPM) e a SAD", que é um dos objetivos da reunião
magna de 24 de abril.
Godinho Lopes não quis comprometer-se com o
cálculo de um montante para o orçamento do futebol profissional na
próxima época, tanto mais que há variáveis a ter em conta,
designadamente "saber como o Sporting termina a época, que solicitações
terá de outros clubes para adquirir os seus jogadores, que
possibilidades terá a SAD de manter a maioria do plantel e o surgimento
de propostas irrecusáveis", entre outras.
À partida, o presidente
leonino quer "manter a maior parte dos jogadores" do quadro, tanto mais
que as contratações a fazer "serão cirúrgicas e em função das saídas que
vierem a ocorrer", e só sairá alguém "se surgir uma proposta que tenha
correspondência com a valia técnica, desportiva e financeira", visto que
há que avaliar o valor que esse jogador tem para a equipa, o
crescimento e valorização do passe que pode ter e se compensa
substitui-lo por outro.
No entanto, reconhece que, se não se
proporcionar a venda do passe de jogadores no final desta época, haverá
"prejuízos avultados", de tal modo que admite que o resultado do
exercício de 2011/12 "seja pior do que o da época passada", sob a
gerência de José Eduardo Bettencourt, que rondou os 38 milhões e foi o
mais elevado da história do Sporting.
"Pode ser pior do que o da
época passada e a procura de investidores tem a ver com a necessidade de
baixar o passivo e a dívida bancária e, consequentemente, os custos que
lhes estão associados. Para isso, é preciso entrar capital fresco",
referiu à Lusa Godinho Lopes, lembrando que no início da época "já
tinham apontado um nível de prejuízos para a época corrente, outro mais
baixo para a época seguinte e um equilíbrio das contas em 2013/14".
O
presidente do Sporting explicou como é que isso vai ser conseguido: "Há
uma reta que está a descer ou a manter, a nível de custos, e outra a
subir a nível de receitas, as quais se vão cruzar e ser ultrapassadas.
Hoje, os custos são superiores às receitas e o objetivo é que elas se
cruzem e o nível de receitas passe a ser superior ao das despesas, o que
irá acontecer na época 2013/14".
Em relação ao apuramento para a
Liga dos Campeões, o Sporting precisa de ficar, no mínimo, em terceiro
lugar (acesso à terceira pré-eliminatória), sendo que, a quatro rondas
do fim, é quarto, com 50 pontos, contra 58 do Sp. Braga (terceiro), 59
do Benfica (segundo) e 63 do líder FC Porto.
in: record.xl.pt
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